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terça-feira, 26 de julho de 2016

A Effodeildin está de volta!

Depois de exatamente um mês, a Effodeildin finalmente está de volta! Todos os jogos da 17ª rodada foram no domingo, e aconteceram no mesmo horário, mas infelizmente nenhum deles foi transmitido.

Em Norðragøta, o Víkingur recebeu o AB e resolveu a parada ainda no primeiro tempo com gols de Finnur Justinussen, Hanus Jacobsen e Sølvi Vatnhamar, aos 20', 26' e 38', respectivamente.

Na capital, o HB enfrentou o Skála e venceu com gol de Jóhan Davidsen aos 13'.

Em Runavík, o NSÍ sofreu um pouco para bater o último colocado B68. A equipe da casa ficou na frente do placar graças a um gol contra de Oddur Højgaard aos 15', mas Óli Olsen deixou tudo igual ainda no primeiro tempo, aos 41'. O gol da vitória foi marcado pelo meia Nicolaj Køhlert somente aos 76'. Foi o primeiro gol do dinamarquês com a camisa do NSÍ.

Jogadores do B36 comemorando o gol.
Foto: in.fo
Em Trongisvágur, o B36 venceu o TB apenas por um a zero apesar de ter um jogador a mais desde os 23'. O único gol do jogo foi marcado por Odmar Færø aos 25', pegando rebote do pênalti de Róaldur Jakobsen que foi defendido pelo goleiro dinamarquês Casper Razda. Veja a galeria de imagens da partida.

ÍF surpreendeu KÍ em Klaksvík.
Foto: Danial Viðoy/Norðlýsið
Em Klaksvík aconteceu a grande surpresa da rodada. Com hat-trick de Adeshina Lawal, o ÍF venceu o líder KÍ por 4 a 2 e encerrou a sequência dos azuis de 17 jogos sem derrota. Curiosamente, a última derrota antes dessa também foi um 4 a 2, na 3ª rodada contra o HB em Tórshavn. Veja a galeria de imagens da partida.

Os gols da rodada:



A classificação não sofreu nenhuma alteração. O KÍ continua líder, com 38 pontos, mas agora tem apenas quatro de vantagem sobre o Víkingur. O NSÍ é o terceiro com 33. Logo atrás vem a dupla de Tórshavn, B36 e HB, com 29 e 28, respectivamente. O ÍF é o sexto com 25, seguido por Skála (17) e TB (14). Na zona de rebaixamento, o AB tem 9 e o B68, único time que ainda não venceu, tem 7.

Os jogos da próxima rodada estão distribuídos entre os dias 27 e 31. Só não terá jogo no dia 30.

domingo, 3 de julho de 2016

A seleção sub-19 feminina deu show na Lituânia!

Foto: Página do B36 no Facebook
Disputando uma competição amistosa na Lituânia, a seleção feminina sub-19 venceu os três países bálticos sem sofrer nenhum gol.

No primeiro jogo, vitória sobre a Letônia por 6 a 0 com gols de Durita Hummeland, Evy á Lakjuni (duas vezes), Hjørdis Rasmusdóttir, um gol contra de Jana Romase e mais um de Hjørdis.

Na segunda partida, contra a seleção da casa, vitória por 3 a 0 com gols de Rebekka Danielsen, Julia Naomi Mortensen e Jónvá Hentze.

Por fim, na sexta-feira contra a Estônia, mais uma vitória por 3 a 0, gols de Elisabet Vang, Evy á Lakjuni e Criselle Tennosaar (contra).

Veja todos os gols das três partidas (alguns foram verdadeiros golaços):



Em agosto a seleção feminina principal participará da Copa Báltica, que será disputada na Letônia. Cinco jogadoras da sub-19 foram convocadas: Anna Hansen, Durita Hummeland, Elisabet Vang, Gudný Johannesen e Jónvá Hentze. Veja a convocação completa.

sábado, 2 de julho de 2016

Nas arquibancadas do futebol faroês

A meu convite, o leitor Gilberto Müller Beuren, escreveu este ótimo texto sobre sua viagem. Ele esteve nas Ilhas Faroe em maio deste ano e viu de pertinho, das arquibancadas (mas também não só delas), como se vive o futebol nas ilhas mais fantásticas do planeta.


Eu visitei as Ilhas Faroe em maio deste ano, passei oito dias lá e o principal foco da minha viagem foi conhecer estas maravilhosas ilhas. Porém, como sou muito fã de futebol e já acompanhava o campeonato local mesmo antes de ir viajar, não pude deixar de aproveitar e fazer um turismo “futebolístico” também. Visitei os estádios e sedes de todos os clubes do país, incluindo até alguns que já estão inativos, como o do VB, do vilarejo de Sumba, o local habitado mais ao sul do país, que fica na ilha de Suðuroy. A única exceção foi a casa do B71 de Sandoy, que não pude visitar por questões de tempo, o que me impossibilitou de conhecer a ilha de Sandur, acessível apenas através de ferryboat.

A primeira impressão que tive, ao visitar estes locais, foi a de como é tudo muito mais compartilhado com a comunidade. Todos os campos eram abertos, sem catracas, muros ou portas e qualquer um poderia entrar ali e bater uma bolinha. Em muitos casos, como em Skála ou em Sørvágur, haviam crianças locais lá jogando durante a tarde. Na capital Tórshavn e em Fuglafjørður consegui presenciar as categorias de base do B36 e do ÍF, respectivamente, treinando. Em Toftir, no estádio que a seleção utilizava antes da construção do Tórsvøllur, eu inclusive entrei no campo, peguei uma bola e fiz um gol.

Gilberto no estádio do AB.
Também percebi como é difícil encontrar camisas dos times locais. Existem duas lojas de esporte no país: a Intersport (com lojas em Tórshavn, Runavík e Klaksvík) e uma outra que não recordo o nome, mas que fica no único shopping da capital. Nesta última loja consegui uma camisa do HB. Na Intersport da capital arrumei uma do B36 e em Klaksvík garanti a do KÍ. Em Runavík eu infelizmente não consegui comprar nada, pois a loja já estava fechada. Comprei também a camisa da seleção no próprio Tórsvøllur, onde tem uma loja que também é uma espécie de lancheria. Nas sedes dos clubes não há lojas ou qualquer coisa do tipo que venda produtos dos clubes.

No dia 16 de maio, que é um feriado religioso local, algo relacionado com a Páscoa, mas que não entendi direito, eu estive em Norðragøta passeando. Naturalmente, dei uma passada pelo Serpugerdi, estádio do clube local, o Víkingur. Eram 14h quando estive lá e, as 15h iria acontecer o jogo deles contra o ÍF pela 11ª rodada da Effodeildin. Infelizmente, como meu roteiro estava apertado, não pude ficar para assistir. Porém, pude presenciar a chegada dos jogadores dos dois times. E aqui, mais uma grade diferença em comparação com o futebol brasileiro (e da maioria dos países que estamos acostumados a ver): os atletas vieram com os seus carros particulares, muitas vezes acompanhados de algum outro colega de equipe, e estacionavam no mesmo lugar que qualquer outro espectador deixa o carro. Como a distância entre Norðragøta, onde ocorreria o jogo e Fuglafjørður, casa do ÍF é de apenas 7,5km, o pessoal chegou tranquilamente. Foi interessante também perceber que, apenas cerca de uma hora antes do jogo que começam a preparar tudo para organizar o campo. Normalmente diversas goleiras, de tamanhos diferentes, ficam no gramado, para as crianças brincarem. Estas só foram retiradas na hora em que os jogadores já se preparavam para fazer o primeiro aquecimento.

Crianças brincando no estádio do Skála.
Mais tarde, voltei para a capital Tórshavn e fui para o Gundadalur para enfim ter a grande experiência de assistir a um jogo da liga faroesa ao vivo no estádio. Iriam se enfrentar o B36, atual bicampeão e B68, equipe de Toftir. O jogo estava marcado para começar as 17:15 e, como cheguei um pouco antes, resolvi aproveitar e abastecer o carro em um posto que fica bem perto do estádio. Lá, mais uma cena curiosa: fui na loja de conveniência do posto comprar algum doce para comer durante o jogo e encontro lá alguns jogadores do TB de Tvøroyri comprando chocolates. Eles também estavam ali para assistir ao jogo de mais tarde. Haviam jogado mais cedo contra o AB em Argir, na região metropolitana de Tórshavn e precisavam matar tempo até poder pegar o ferryboat de volta para a ilha de Suðuroy (já que a ilha não é acessível de carro), que só sairia as 20h, pois era feriado.

Jogo entre B36 e B68
Perto do início do jogo eu fui então para a arquibancada, do lado da torcida mais “neutra”. Para quem não conhece o Gundadalur, há arquibancadas em apenas nos lados do estádio. Em uma parte há duas arquibancadas menores, uma destinada à torcida do B36 e outra à torcida do HB e na outra parte há uma arquibancada maior sem identificação de clube. Atrás de uma das goleiras há um “morrinho” com bancos rudimentares de madeira, onde muita gente gosta de ficar, e, atrás da outra goleira fica um campo menor que faz parte também do complexo que é chamado de Gundadalur.

Para entrar lá, não havia nenhuma catraca, nenhum controle e o ingresso não era cobrado. Imagino que no resto dos estádios e jogos seja assim também, já que não havia nada que lembrasse uma bilheteria nos outros lugares que eu visitei. A maior parte da torcida, principalmente a que leva bumbos, canta e incentiva o time ficou na arquibancada destinada ao B36. Do lado que eu fiquei, também estava a delegação do TB e, bem próximo de mim, um narrador que ia comentando o jogo. Foi uma partida tranquila para o B36, que venceu por 3x1 sem grandes dificuldades. Apesar de não estar tão frio nesse dia (cerca de 6°C), a sensação térmica era bem menor, por causa do vento, e a experiência de assistir ao jogo na arquibancada foi congelante.

Antes do jogo, durante o intervalo e depois do jogo o campo foi invadido por dezenas de crianças, que ficam lá brincando, chutando a bola contra o gol ou simplesmente caminhando por lá. Quando o jogo está prestes a iniciar (ou reiniciar), toca uma sirene e todos saem prontamente do gramado. O acesso, tanto na entrada quanto na saída é muito tranquilo e organizado. Eu vi inclusive pessoas com camisas do HB circulando por lá sem causar nenhum tipo de conflito ou provocação com os torcedores do B36, que também respeitaram de forma pacífica a presença dos grandes rivais.

Por fim, fui para o centro (que fica perto do estádio, já que a cidade, para os nossos padrões é muito pequena) comer uma pizza. Lá, encontro novamente alguns jogadores do TB que vieram pegar pizzas para levar para a viagem.

Fotografia e texto: Gilberto Müller Beuren